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Fundação Hospitalar São Francisco de Assis deixa de ser Hospital de Referência Covid-19 em BH

13 de Agosto de 2021

A unidade Concórdia foi uma das primeiras em BH a se tornar hospital de campanha, chegando a ofertar 90 leitos exclusivos para a Covid

Devido ao avanço da vacinação em Belo Horizonte e outras cidades mineiras, os números de pacientes internados com a Covid-19 e de óbitos diminuíram significativamente. Diante desse cenário, a Fundação Hospitalar São Francisco de Assis - unidade Concórdia, está em processo de desmobilização dos leitos de enfermaria e CTI exclusivos para a Covid-19. De acordo com o Superintendente Geral, Dr. Helder Yankous, desde junho deste ano a unidade Concórdia está em processo de redução de leitos Covid, retomando gradativamente o atendimento de cirurgias eletivas. “O resultado da vacinação tem sido um fator importante para que possamos desmobilizar as áreas Covid do hospital, depois de um ano e quatro meses enfrentando a pandemia. Com isso, a unidade concórdia retoma 100% das suas atividades como hospital de alta complexidade, com atendimento exclusivo ao SUS”, afirma.  Ainda segundo o Dr. Helder, a Fundação utilizará sua experiência de gestão hospitalar em hospital de campanha na administração de leitos Covid em duas instituições em Contagem. “A Fundação já está atuando no Hospital de Campanha de Contagem e no Hospital Municipal de Contagem, com um total de 90 leitos sendo 30 leitos de CTI e 60 leitos de enfermaria, ambos voltados para o atendimento de pacientes com Covid”, destacou. 


Durante o período em que foi hospital de referência da doença, a Fundação Hospitalar São Francisco de Assis - unidade Concórdia, foi responsável pelo atendimento de cerca de 2.500 pacientes com suspeita de contaminação pelo vírus, sendo que desse montante, 1.321 testaram positivos para a Covid-19. Ao todo, foram mais de 300 profissionais na linha de frente e toda a equipe de colaboradores da Fundação atuando para que fosse possível oferecer um atendimento seguro, eficaz e humanizado aos pacientes. Segundo a Superintendente de Serviços Hospitalares e Sponsor do Comitê de Planejamento Frente à Covid-19, Adriana Melo, em quase um ano e meio no enfrentamento à Covid-19, diversas ações, protocolos e normas foram estudados e implantados para garantir a eficiência da atuação.  “No início da pandemia, diversas ações foram tomadas pelo comitê Covid. Aumentamos o número de plantonistas para atendimento à área Covid-19. O serviço de fisioterapia também foi ampliado, estando disponível para o atendimento aos pacientes 24h por dia, todos os dias da semana. O manual de biossegurança do hospital foi atualizado, incluindo recomendações para a Covid-19. Elaboramos, ainda, um plano de contingência para concentrar recursos e esforços para o atendimento a essa situação de emergência, que inclui o cancelamento das cirurgias eletivas. Estas e muitas outras ações foram executadas e garantiram a eficiência da nossa atuação”, explica Adriana.
 
De acordo com a coordenadora do CTI e enfermeira da Linha de Frente dos atendimentos de Covid-19, Lilian Goretti Viegas, durante o período crítico da pandemia, a Fundação chegou a ofertar 60 leitos de enfermaria e 30 leitos de CTI exclusivos para a Covid-19. “Além da ampliação da oferta de leitos, também tivemos o envolvimento de toda a equipe de profissionais, entre técnicos de enfermagem, médicos, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, farmacêuticos, técnicos em farmácia, equipe da higienização, auxiliares administrativos, entre outros”, explica.  Ainda sobre a destinação de leitos Covid, Adriana Melo, explica que todo o planejamento para o atendimento aos pacientes foi feito de acordo com a análise da viabilidade de alocação de leitos e do plano de circulação de pessoas. “O plano foi feito contemplando os locais dedicados à expansão, à medida da necessidade e considerando os fluxos internos. Os colaboradores deslocados para o atendimento foram aqueles que já trabalhavam nas enfermarias e CTIs. Levantamos também a quantidade de equipamentos disponíveis para tratamento dos pacientes, como respiradores, carrinhos de anestesia e bombas de infusão”, comenta.  

FHSFA foi primeiro hospital filantrópico em MG a ser referência no tratamento da Covid-19


Mesmo sem saber se seria referência no atendimento à Covid-19, a Fundação Hospitalar São Francisco de Assis (FHSFA) ficou em estado de alerta ao perceber o avanço da pandemia e o aumento do número de casos na cidade. De acordo com Adriana Melo, desde o início da pandemia, foi criado o Comitê multidisciplinar de planejamento frente à Covid-19, no qual as lideranças puderam discutir e adequar o Hospital para se tornar linha de frente no tratamento da doença, oferecendo cuidado e proteção a todos. “Além de tratar os pacientes com Covid-19, precisávamos manter em segurança os nossos pacientes não Covid e os colaboradores. Assim, mesmo antes das negociações com a Secretaria de Saúde para o atendimento aos doentes pelo novo coronavírus, já adotamos medidas nesse sentido”, relata. 


Com o agravamento da situação na cidade, houve a necessidade de ofertar um número maior de leitos. Coube ao Comitê tomar todas as decisões que envolvem o processo de disponibilização de leitos para o SUS, a adequação do hospital e o tratamento dos pacientes em todos os seus aspectos. 


Tecnologia como aliada 


Uma das características da infecção do coronavírus é a ocorrência de muitos casos graves e manifestações diversas da doença, o que dificulta o seu diagnóstico. Por isso, uma das ações que serviram de apoio ao Comitê de Planejamento foi a criação do Score Covid, ferramenta que auxilia os profissionais da assistência a diagnosticar pacientes com a doença. Segundo o Superintendente Geral, Dr. Helder Yankous, a plataforma foi baseada na pesquisa clínica dos sintomas comuns a todos os pacientes com Covid-19 que passaram pelo Complexo Hospitalar São Francisco de Assis. “Os dados levantados foram incorporados à Lya, inteligência artificial. A partir da resposta a um questionário, a Lya aponta, com 100% de sensibilidade e 90% de especificidade, a presença de infecção ou não e a gravidade do quadro do paciente. Além de aumentar a precisão do diagnóstico, o Score Covid também auxilia na definição da conduta clínica de cada caso”, explica. 


A área de Pesquisa e Desenvolvimento do hospital foi a responsável pela idealização da ferramenta, que estará disponível ao mercado por meio do startup AVI Saúde. Essa experiência também permitirá o desenvolvimento de scores para outras doenças.